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A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que o pré-candidato petista não deve entrar no debate público provocado pelas investidas do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o sistema eleitoral. Aliados próximos de Lula acreditam que Bolsonaro ganha espaço quando o petista repercute suas polêmicas e a resposta institucional deve vir e tem vindo do Judiciário. Com a preocupação de não se deixar capturar pelas pautas impostas pelo adversário, a orientação entre dirigentes da campanha de Lula é não inflar a ideia de que há uma tentativa de golpe em curso. A avaliação é de que o presidente se alimenta politicamente de confusões e joga com o medo.
Mas, se em público a tática é ignorar o tema o quanto possível, nos bastidores os aliados do petista se concentram em manter canais abertos com militares e construir uma coalizão de vozes que aceitem defender publicamente o sistema eleitoral. A conversa, no entanto, tem acontecido de forma orgânica, não organizada pelo comando da campanha. “O maior desafio da campanha não é ter maioria de votos, é construir um ambiente que legitime essa maioria”, disse o ex-governador do Maranhão Flávio Dino (PSB), no lançamento da pré-candidatura de Lula e Geraldo Alckmin (PSB). Conforme relatos, o ex-governador tem participado de articulações para atrair políticos de fora do arco de apoio a Lula.